Além de detectar e corrigir problemas, a manutenção predial ajuda a prevenir falhas para manter a funcionalidade das construções, atender exigências de segurança e garantir vida longa às edificações.
Toda construção deve ser submetida a esses tipos de serviços ao longo de sua vida útil. Do contrário, o edifício corre o risco de perder sua capacidade funcional, e expor os usuários a situações de insalubridade e insegurança, além de desvalorizar o patrimônio.
Em condomínios, negligenciar a manutenção pode resultar em responsabilização civil de proprietários, síndicos e administradores. Para evitar problemas, um plano de gestão deve ser implantado, começando com a realização da inspeção predial.
A partir daí o síndico e/ou administradora passam a ter uma espécie de radiografia da situação real do prédio no que diz respeito à funcionalidade, atendimento às normas técnicas, presença de falhas e/ou falhas. Fazendo uma analogia com a medicina, a inspeção é como um check-up. Todos os sistemas que compõem a edificação são analisados, da cobertura ao subsolo.
“A inspeção predial é base para a criação do programa de manutenção preventiva e corretiva”, explica a engenheira Rejane Berezovsky, diretora do Ibape-SP. Segundo ela, nessa etapa, é bastante comum a identificação de danos em sistemas de impermeabilização, instalações elétricas e hidráulicas, e fachadas.
Além de detectar problemas, a inspeção predial permite classificar eventuais falhas quanto ao risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio. Dessa forma, as intervenções podem ser programadas em função de seu grau de criticidade.
As falhas podem ser:
Montando um plano de manutenção predial
O programa de manutenção predial deve ser elaborado de acordo com a ABNT NBR 5674:2012 Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de gestão da manutenção. Ele deve considerar as características das edificações, como tipologia, uso efetivo, tamanho e complexidade, localização e implicações no entorno.
Em empreendimentos novos, as correções devem seguir o manual de uso e operação do projeto fornecido pela construtora em atendimento a ABNT NBR 14.037:2011 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações. O não cumprimento dessas ações nesses casos pode implicar em perda da garantia por parte da construtora.
O plano de manutenção predial deve englobar todos os componentes do edifício, incluindo estrutura, alvenarias, revestimentos, instalações (hidráulicas, elétricas, de combate a incêndio e gás), ventilação, máquinas e equipamentos (elevadores, escadas rolantes, bombas etc).
Manutenção preditiva, preventiva e corretiva
Para cada item, devem ser previstas atividades de manutenção preditiva, preventiva e corretiva.
A manutenção preditiva inclui atividades que visam o estudo de sistemas e equipamentos que compõem a edificação, com análises de seus comportamentos em uso. O objetivo é apontar eventuais danos, além de direcionar e programar os procedimentos de manutenção preventiva.
Já a manutenção preventiva, por sua vez, contempla atividades planejadas de controle e monitoramento que prezam a conservação dos bens, elementos e equipamentos que formam as edificações. A ideia é reduzir ou impedir falhas de desempenho.
Por fim, há a manutenção corretiva, que inclui ações emergenciais e sem planejamento, necessárias para permitir a continuidade do uso do sistema, elementos ou equipamentos das empresas.
Além da periodicidade de cada atividade de manutenção, o planejamento deve detalhar os controles a serem empregados para garantir a realização dos serviços. Também precisa especificar se as intervenções devem ser realizadas por empresa capacitada e/ou especializada ou pela equipe de manutenção local.
Vale lembrar que a execução de muitos serviços de manutenção de edificações exige responsabilidade técnica de empresa e profissional habilitado.
Matéria retirada do site optimusprime.com.br